Descentralização e Portugal 2030: esforço partidário em prol do interesse nacional

20 de fevereiro de 2018
PSD

 

O líder dos social-democratas afirmou, depois da reunião em São Bento, que descentralização e Portugal 2030 são temas prioritários sobre os quais os vários partidos devem dialogar “em nome do interesse nacional”. Justiça e Segurança Social são, também, matérias relevantes

 

Como português sempre achei que os partidos devem fazer um esforço por procurar aquilo que os possa unir em nome do interesse nacional”, afirmou esta terça-feira Rui Rio. Após ter reunido com o primeiro-ministro no Palácio de São Bento, o Presidente do PSD referiu que pretende “introduzir uma cultura diferente, em que, desde que não haja grandes divergências, possamos colaborar em prol do País”. Disse tratar-se de algo “válido” tanto em relação ao PS, como aos outros partidos.

Rui Rio assinalou que o diálogo poderá ser mais fácil com o CDS do que, por exemplo, com o BE. Contudo, o objetivo é “não excluir ninguém”, mas colaborar em prol dos portugueses. Comunicou, por isso, que o PSD vai nomear, já esta terça-feira, interlocutores para dialogar sobre temas prioritários como a descentralização e o Portugal 2030. “É para envolver todos os partidos”, reiterou.

O imediato é a questão do próximo quadro de apoio”, disse o líder dos social-democratas, acrescentando que é necessário “andar rápido” [algo para que o próprio Presidente da República “também já chamou a atenção”] para, “rapidamente, o País chegar à posição mais consensual possível perante a União Europeia”. Sobre a descentralização, afirmou que o PSD vai analisar “os projetos que estão em cima da mesa”.

O Presidente do PSD, em declarações aos jornalistas, lembrou que a Segurança Social e a Justiça são, também, “temas relevantes”, embora não urgentes. Sobre a Segurança Social, referiu que “nunca estará em causa qualquer alteração ao presente”, mas sim a adoção de medidas e a concretização de uma reforma com vista ao futuro. O objetivo é refletir sobre o que será “daqui por 10, 20 ou 30 anos em face da evolução demográfica”. Defendeu, assim, a possibilidade de “ajustamentos para precaver o seu futuro”.

A Justiça foi, igualmente, abordada na reunião com o primeiro-ministro. Rui Rio disse tratar-se de “uma questão de fundo que ocupou muito tempo da conversa”. Defendeu uma reforma “feita com ponderação e o envolvimento da sociedade como um todo”, e afirmou que os portugueses podem ter a “aspiração” de que aconteça a “médio prazo”.

Questionado pelos jornalistas sobre a disponibilidade de António Costa, Rui Rio referiu que “os entendimentos entre as câmaras municipais de Lisboa e do Porto eram muito mais fáceis do que entre um partido de oposição e um governo que segue uma política encostada a uma esquerda radical”. Salientando que os entendimentos poderão ser “difíceis, quiçá impossíveis”, o líder social-democrata destacou que, no que se refere a reformas estruturais, “é absolutamente imprescindível para Portugal que possa haver um clima de cooperação” entre os vários partidos e agentes do sistema.

Para Rui Rio é fundamental que o diálogo decorra “com tempo”. “Não estou preocupado que as coisas aconteçam já para a semana”, assegurou, acrescentando que se podem dar os primeiros passos e criar condições para reformas a sério [e não para “duas ou três notícias”].