Tudo o que o atual Executivo fizer até 2019 “não fará esquecer a inércia destes dois anos”

15 de julho de 2017
PSD

Pedro Passos Coelho: mobilização da sociedade foi “extraordinária”, mas incompetência do Governo trava ajuda às populações afetadas pelos incêndios

 

Presidente do PSD afirma que tudo o que o atual Executivo fizer até 2019 “não fará esquecer a inércia destes dois anos

 

Regresso do PSD ao Governo “é indispensável para que Portugal possa crescer com outra ambição”

 

Pedro Passos Coelho lembrou, esta sexta-feira em Santa Maria da Feira, que, quase um mês depois da tragédia na região de Pedrógão Grande, os cerca de 13 milhões de euros angariados pela população ainda não chegaram a quem foi afetado pelos incêndios. “É incompreensível como o Estado, nem quando os portugueses oferecem dinheiro, mostra competência para poder acudir”, acrescentou, depois de ter enaltecido a mobilização “extraordinária” da sociedade civil. “Isto significa que o Estado não falhou apenas há um mês, continua a falhar e a não fazer aquilo que é necessário”, reforçou, salientando que ainda não foi concretizado o pedido de ajuda externa à União Europeia.

Tal como reiterou, “este Governo não tem capacidade para aprender com os próprios erros”. “Podem nomear novos secretários de Estado, podem de hoje para amanhã nomear novos ministros, mas o padrão é sempre o mesmo, incompetência, empurrar com a barriga e manter o país adiado, vivendo das boas notícias que vão aparecendo", criticou.

 

Metade da legislatura depois, prevalece a “inércia” do atual Executivo

O Governo perdeu as oportunidades para poder convencer o País de que tem um projeto mobilizador para Portugal”, afirmou Pedro Passos Coelho, salientando que já passou metade da legislatura. “Tudo o que fizer até 2019 não fará esquecer a inércia destes dois anos”, acrescentou, referindo ser “legítimo supor que os próximos dois anos se oferecem com muita conversa”.

Segundo disse o Presidente do PSD, “impressiona o cinismo como se envolvem em expressões públicas todos os que disseram que o País não ia a lado nenhum”. Referia-se ao facto de quem hoje governa insistir em atribuir os maus resultados ao anterior governo, enquanto os resultados positivos são sempre seus. “Isto tem um problema”, alertou. “Há um tempo findo o qual as pessoas deixam de acreditar”.

O líder social-democrata aconselhou PCP, BE, PEV e PS a serem transparentes no próximo orçamento e a dizerem “o que vão fazer por Portugal e pelos portugueses”. “Até à data a conversa é muita”, criticou, “mas o resultado é pouco para aquilo que o País precisa e para criar uma ideia de justiça” que não tem sido própria deste Executivo.

 

“Política e liderança estão a falhar em toda a linha

A economia está a crescer, mas a política e a liderança estão a falhar em toda a linha”, afirmou o presidente do PSD. “O que faz falta são os governos que preparam o País para que as coisas boas possam aparecer como resultado do nosso trabalho”, reiterou.

A incompetência de quem governa é, também, evidente no facto de, volvida “praticamente metade da legislatura”, “o Governo não estar em condições para dizer que preparou terreno para que os municípios pudessem iniciar um novo ciclo com um quadro descentralizador”.

De acordo com o líder dos social-democratas, se não fossem as reformas estruturais executadas pelo governo que liderou, “se não tivéssemos lançado as sementes para o crescimento da economia”, os resultados teriam sido outros. “Se hoje estamos a crescer deve-se ao facto de não termos tido o Partido Socialista a governar nos anos anteriores e de o povo português ter escolhido um governo que tirou o País da bancarrota”.

Pedro Passos Coelho não deixou, contudo, de assinalar os “méritos” do atual Executivo. Considera que ter reduzido o défice de 3% para 2% “é um bom resultado”, pelo que não percebe o motivo pelo qual o PS insiste em esquecer que o PSD conseguiu uma redução de 11% para 3%. “Quem ouve a maioria fica com a ideia de que só agora a economia começou a crescer”, disse, para logo acrescentar: “não é verdade”. Deixou, por isso, um alerta: está-se a criar “uma ilusão que pode gerar equívocos”.

 

Redução do défice foi conseguida com cortes e medidas extraordinárias

Realçando que o PSD só quer “o bem para o nosso País”, Pedro Passos Coelho aplaude a redução do défice, mas questiona a forma como foi alcançada: “com cortes sobre a despesa e com medidas extraordinárias”. Por isso pergunta: “será este um tempo de tanta normalidade como se diz? Estaremos a aproveitar tão bem a conjuntura favorável?”. “Não estamos”, responde.

Para o líder social-democrata, “o País podia estar melhor”, caso o atual Executivo não privilegiasse o faz de conta e não vivesse só das “boas notícias”, “não querendo chatear ninguém e, por isso, não fazendo qualquer reforma”. Disse mesmo que “com essa atitude temos a certeza de que não estamos a fazer o que é preciso para estarmos melhor”.

 

“O tempo desta maioria é um tempo perdido para Portugal”

Para o PSD, os políticos responsáveis não olham “para a política a pensar apenas no dia de hoje”, mas “como uma forma de preparar o futuro”. Por isso, “o PSD é indispensável para que Portugal possa crescer com outra ambição. Se quisermos preparar o futuro que esteja à altura das expectativas dos mais jovens, daqueles que querem empreender, fugir às condições atuais, acrescentar valor, criar emprego, distribuir melhor, então teremos que ser nós a preparar-nos para o fazer, porque infelizmente o tempo desta maioria está cada vez mais a esgotar-se. O tempo desta maioria é um tempo perdido para Portugal”, afirmou.

 

Santa Maria da Feira tornar-se-á, cada vez mais, numa referência

De acordo com Pedro Passos Coelho, o mandatário da candidatura de Emídio Sousa à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Alfredo Henriques, “é exemplo para muitas pessoas que têm elevadas responsabilidades”. Reconheceu o “trabalho magnífico” desenvolvido durante anos no município e, sobretudo, a forma “notável” como, “quando chegou o tempo de sair da câmara municipal, não teve qualquer receio em apoiar uma equipa nova”. Referiu-se, assim, à “nobreza de carácter” e à “forma humilde de estar na vida, na sociedade e na política” do mandatário.

Sobre Emídio Sousa, o Presidente do PSD considera que, “nestes quatro anos, só nos deu boas razões para acreditarmos que Santa Maria da Feira se tornará, cada vez mais, numa referência fundamental da Área Metropolitana do Porto”. Também o candidato do PSD é “ele próprio já uma referência importante”, pois não lhe tem faltado “ambição, profissionalismo, nem liderança”.